terça-feira, 19 de julho de 2016

PAI é PAI II ? - Menina de 1 ano, sequestrada da sala e do peito da mãe.

PAI É PAI ? menina de 1 ano, sequestrada da sala e do peito da mãe.
       Há 9 dias a menina de Olinda está desaparecida. Há suspeitas de que foi levada para fora do país. Como? Como diz a polícia, que as primeiras 48 horas são as de maior probabilidade de sucesso em encontrar uma criança desaparecida... Neste caso, não foi perdida, foi sequestrada, arrancada do seio materno onde ainda mamava... Pelo PAI.
       Podemos pensar que o Juiz ou Juíza cumpriu a Lei quando garantiu ao pai o convívio com sua filha. Mas, se usarmos a humanicidade, que todos devemos ter, pai agressor da mãe, sob a Lei Maria da Penha, com medidas protetivas para a mãe, um bebê que não denuncia, mais do que vulnerável, ainda na amamentação materna como reza a OMS, não seria de bom senso usar a cautela? Por que a ideia, recentemente naturalizada, de que o convívio do pai é tão essencial quanto o leite materno, que uma criança não se desenvolve sem o pai. É interessante esta implantação social, num país de sem pais, em que os homens fogem de suas responsabilidades, abandonam, desaparecem para os filhos.
       Os lobbys de determinados grupos, veiculam ideias, vendem afirmações sem etiologia nem comprovação, ou com etiologia nefasta como a da Alienação Parental, criada por Gardner que era pedófilo e defendia, por escrito, a pedofilia e a atração pelo incesto, na busca obcecada de um objetivo, transgredir e perverter.
       Aos Operadores de Justiça, em processo de soterramento pelas pilhas de processos, sobra a sensação de estar atualizado quando ouve uma “nova” ideia, garantida como certa pelos lobbys já disseminados, e ele abraça a ideia: a mãe está fazendo alienação parental, porque o pai está pedindo, tanto pai que não quer nem saber, e este está sentindo falta, postou uma foto com o filho, rostinho colado, está sacrificando seu final de semana para ficar com a filha, claro que ele é um papai bonzinho. E a ordem de visitação é dada. Se a mãe reclamar, não é por cuidado e proteção, não é porque ele vai fazer coisa que não deve com o filho ou a filha, é a prova da sua alienação, ela quer impedir o convívio do pai bonzinho com a criança, então é o suficiente para tirar-lhe a guarda, e como manda a cartilha do Gardner, aquele pedófilo, é o afastamento sumário e abrupto da mãe. A mãe, pessoa de referência durante toda a infância, pode, e tem sido afastada da vida da criança. Aquela mãe dos dois meninos em vídeo que circula na internet, que por 14 minutos se desesperam e gritam todos os porquês de não quererem ir para a casa do pai. Abusos são gritados, agressões físicas são gritadas, medo é gritado, insegurança é gritada, são vários pedidos de socorro que são gritados. Mas assiste-se ao cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão, que é cumprido por Policiais, e Oficiais de Justiça. E um pai frio, distante, que termina por pegar os dois meninos como se pega bezerro, evidenciando seu tipo de proximidade com os filhos.
       Não é culpa dos Juízes, dos Promotores. Mas, quando acontece o que aconteceu com o Bernardo e a Joanna? Ou aquela meninazinha de 2 anos que tinha a vagina e o anus dilacerados e refeitos cirurgicamente, em consequência de abusos sexuais violentos, abrigada com a mãe, e o Juiz, sem saber, pensou que Pai é Pai, e a entregou para o Pai.
       Há que sejam revistas estas máximas distribuídas por quem interessa enganar os Operadores de Justiça. Surge neste momento que a Escuta Protegida começa a ser vista como o instrumento de respeito e dignidade, diverso da acareação de crianças com seus abusadores, um novo sofisma: as falsas memórias e as implantações de falsas memórias. É preciso estudar. É preciso conhecer o funcionamento da criança. É preciso não se deixar levar por sofismas que partindo de um erro, montam uma premissa menor, depois uma premissa maior, e, percorrendo tudo usando um raciocínio lógico, levam a uma conclusão dedutiva errada.           
       Perdão à mãe da menina de Olinda, a cada minuto mais desesperada e dilacerada, melhor dizendo, do bebê de Olinda. Perdão. Mas será que ainda a encontraremos? Torcemos firmemente para que sim. Os psicopatas encontram muita facilidade e estímulo em viver a sua perversão entre nós. São ingenuidades, são facilidades, são omissões, são prazos, são mentiras não investigadas, são negligências, são convicções infundadas, nosso sistema social, e judicial permite que as perversões contra as crianças, a parte mais vulnerável da sociedade, e a que vai nos aguentar na velhice, que estas crianças sejam maltratadas, sejam vítimas de violência física, psicológica e sexual. Nós temos uma dívida com esta bebezinha de Olinda, arrancada da mãe pelo pai na visita autorizada pela Justiça, com a menina de 7 anos que, heroicamente,  tentou salvar a mãe de uma facada mortal desferida por um ex namorado, que já a ameaçava, o crime que continua apesar da Lei Maria da Penha, assim como do menino que estava junto com os pais, fuzilados na sua frente, por uma “autoridade do crime”, figura paterna também nefasta.
     É equivocado pensar que esta menina de 7 anos esquecerá o que ela viveu vendo a mãe se esvair em sangue e ela, depois de conseguir parar um taxi, porque ninguém ajudava, entrou na frente da mão dentro do carro no banco dianteiro e sustentava a cabeça da mãe, dizia para ela ficar de olhos abertos, mandava a mãe respirar, enquanto dava ordem para o motorista ir mais rápido. 7 anos. Ela não esquecerá. Ela terá várias sequelas. Ela precisa de cuidado especializado permanente durante sua infância e sua adolescência.  O menino que viu o pai e a mãe morrerem a tiros, também se esvaírem em sangue, a morte em duplo da dupla mais importante de sua existência aos 5 anos. É, completamente, equivocada a ideia de que a bebê de 1 ano, arrancada da mãe e levada não se sabe para onde, ao ser encontrada e ser confortada e aconchegada pela mãe, tudo terá passado para ela. Não. Talvez ela é que dos três emblemáticos exemplos do abandono da infância que praticamos, seja a que mia dificuldade enfrentará. O corte do leite, do colo, do cheiro, da voz, da luminosidade, enfim do mundo perceptivo desta criança trará sequelas amplas, porquanto num momento do desenvolvimento ainda de muita desorganização, esta menina não terá imagens, mas terá sensações, terá emoções fluidas, terá impressões mal impressas. Este dano é muito grave. E encontrará uma mãe, também, danificada.    
       A todos estes órfãos da violência, violência que por ação ou omissão praticamos, nosso pedido de perdão e nosso reconhecimento de responsabilidade.

       Pai é Pai?    

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