segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

GUARDA de CRIANÇAS, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA e ALIENAÇÃO PARENTAL - Parte 3. Por Clara Sottomayor


                                      ONDE ESTÃO OS DIREITOS DAS CRIANÇAS?


De onde vieram estes conceitos de «síndrome de alienação parental» ou de «alienação parental», que tanto sucesso têm feito na criação de uma imagem diabolizada das mulheres, em especial, daquelas que lutam para defenderem os seus filhos de situações de violência doméstica ou de abuso sexual? O criador da «síndrome da alienação parental» foi um médico psiquiatra norte-americano, que identificou um conjunto de sintomas que classificou como síndroma de alienação parental, para defender em tribunal, como perito, pais acusados de abuso sexual dos seus filhos, em processos de guarda de crianças, construindo a ideia de que as mães mentem para cortar a relação da criança com o outro progenitor e para obter vantagens nos processos de divórcio.
Ao trabalho de Richard Gardner nunca foi reconhecida validade científica. As conclusões dos seus estudos foram deduzidas de amostras populacionais reduzidas, compostas pelos seus clientes, e baseavam-se nas impressões pessoais do autor sobre as alegações daqueles, sem incluir grupos de controlo, comparação dos dados com outras investigações anteriores sobre o tema nem avaliação da taxa de erro da teoria e das suas consequências. Os livros e artigos de Richard Gardner foram auto-publicados e nunca foram objeto de revisão pelos seus pares, como se exige para que um trabalho de investigação tenha validade científica. É importante esclarecer, também, o desfasamento do seu discurso sobre as mulheres e as crianças em relação à ciência e às conceções da sociedade. 
POR: CLARA SOTTOMAYOR

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