terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A VIOLÊNCIA DA CONIVÊNCIA II
       A violência não para! Explicações religiosas, apocalípticas, esotéricas, antropológicas, capitalistas, todas contemplam, parcialmente pelo menos, com suas teses plenas de razões.
       Depois da execução pública do Sr. Ruas por espancamento no metrô da maior e mais adiantada cidade brasileira, tivemos a chacina programada com requintes de crueldade em Campinas, centro acadêmico que reúne grandes pesquisadores, cientistas respeitados em todo o mundo. Que tristes coincidências!
       O serial killer Sidney planejou em todos os detalhes a execução do maior número de “vadias” da família da “vadia” da mãe do seu filho, um menino de oito anos que havia dito para a professora que ia matar o pai quando crescesse. Este pai agrediu várias vezes sua mãe, são muitos Boletins de Ocorrência e abusou sexualmente dele, uma queixa judicial. Mas a culpa era da “vadia da penha” como escreve em referência à lei de proteção às mulheres. Lei Maria da Penha: tapas, empurrões e xingamentos. Vadia, vadia, vadia. Escrito. Muita munição, pistola 9 mm que tem velocidade entre um tiro e outro, explosivos, um gravador onde destilou seu veneno disfarçado de desculpas aos amigos, uma carta mandada por e-mail onde o veneno é um concentrado atômico, invertendo o dolo que é só seu, se vitimiza como um coitadinho sofredor, injustiçado pela ex mulher e pela Justiça que teve um pingo de bom senso e lhe restringiu o convívio com o filho de quem abusava e a quem humilhava e amedrontava ao bater tantas vezes na sua mãe. É bem aterrorizante para uma criança pequena ver a mãe ser empurrada e cair no chão, pelas mãos do pai.
         Misoginia e muita perversão. Alguma dúvida?
     Sim, muita dúvida e muitas certezas de que as vítimas eram as culpadas pela decisão do assassinato plural. Acusações ao judiciário como o culpado pelo pluriassassinato, era só ter dado a Guarda Compartilhada a este genitor que abusava e agredia. Talvez estes sejam detalhes nada importantes. Com a Guarda Compartilhada tudo teria sido evitado. Como? Como? Por onde teria saído este ódio à ex mulher e à sua cria? E a legião de seguidores de coniventes com a violência de gênero. Homens e mulheres, legisladores, psicólogas, misóginos, a favor da perversão.
       Inverte-se, manipula-se, e a mãe que tentou proteger é a culpada, é tudo Alienação Parental. O abuso sexual intrafamiliar acabou, foi curado, magicamente, um mal que é inerente à humanidade, porque é um desvio para obtenção de sensação de poder absoluto sobre um vulnerável. Todas as mulheres se tornaram mulheres rancorosas, dependentes, e fizeram de sua existência e de seu filho ou filha, a razão de viver amargamente. Será que mulheres bem sucedidas iriam trocar a possibilidade de reconstruir sua vida por uma novela mal rodada e inventada, só para obstruir o convívio com o pai da criança? E se a gente pensasse que seria bem agradável para uma mãe, deixar, com segurança e tranquilidade, seu filho com o pai, e ir passear, se divertir, ou mesmo descansar um pouco. Será que mulher pode?         
       A violência da conivência é cúmplice de crimes hediondos. A ação judicial que se pretende mediadora não protege a criança porque o abusador não para de abusar, perverso não abre mão de seu desvio, não há terapia para psicopata pedófilo. Seria muito bom se conseguíssemos introduzir uma capacidade de empatia no caráter frio de afetos do psicopata. Ressalto que o uso equivocado do termo técnico não é considerado aqui, pois psicopata não é todo doente psíquico, a psicopatologia inscreve 3 grandes grupos de doenças mentais: as neuroses, as psicoses e as psicoparias e suas parafilias. Exatamente porque o psicopata não tem culpa do que pratica e tem ciência de certo e errado, daí não praticar um abuso sexual na frente de ninguém. Abuso sexual intrafamiliar é crime, e deve ser tratado como tal. O psicopata é frio, calculista, manipulador, autovitimizador. O abusador sexual intrafamiliar é um sujeito acima de qualquer suspeita, o famoso “fofo”, qualquer insinuação é uma tremenda injúria a seu perfil ilibado. Provas materiais exigidas atualmente, e que decorrem do antigo sistema do Direito, ele não deixa rastro. É apenas a palavra da vítima criança, que hoje é ouvida em acareação, sistema também antigo e torturante. A resistência ao método científico da Escuta Protegida denuncia a conivência com a violência praticada.
       Para um abusador intrafamiliar convencer o judiciário de sua retidão é uma brincadeira, é facílimo, um desafio que lhe rende seu maior prazer, que não é o sexual, o prazer do poder triunfante sobre a mulher. Os seguidores deste serial killer de Campinas estão culpando a mulher, a “vadia” da mãe do filho, como se referia a ela, pelo ato desesperado do gatilho puxado a várias mãos. Matar o próprio filho de 8 anos é uma ato de heroísmo?!
       Curioso, outro ponto de conivência na verdade, é que na dificuldade de obter a materialidade de provas, do conhecido crime às escuras, as Varas de Família optam por inocentar os abusadores, ou no máximo, restringir a visitação, desconsiderando os estragos causados pela proximidade com o abusador. O fato de não se provar, não quer dizer que não houve crime. Quem matou P.C.Farias? E a namorada dele? E o Celso Daniel? Etc, etc, etc. Se não foi provado, então eles não foram mortos.
       Quem matou Isabella Nardoni?

       Quem matou Joanna Marcenal? 

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