sexta-feira, 30 de junho de 2023

Ideias de pseudociência, por que é tão fácil vendê-las em nosso país? Parte II

Ideias de pseudociência, por que é tão fácil vendê-las em nosso país? Parte II A primeira resposta que me ocorre é a preguiça mental. A precariedade de uma aprendizagem solidificada na curiosidade em processo de pensamento lógico leva à busca por atalhos e abreviaturas de um caminho de aquisição de conhecimento que seja mais rico, que seja de qualidade. A escolaridade falhada, em qualquer formato de precariedade, vai interferir no desenvolvimento cognitivo, na capacidade de pensar, de supor, de questionar, de seguir critérios, minimamente, científicos. Não falo dos já famosos “dois lados”. Esse é um critério jornalístico, que é muito importante para expor um fato jornalístico. Na Ciência, qualquer que seja a área do Conhecimento, existem regras científicas, existem pesquisas, as quantitativas e as qualitativas, todas seguindo o rigor das leis científicas. Mas, entre nós, há uma verdadeira atração pelo pensamento mágico, fase do desenvolvimento cognitivo na infância. E as ideias de pseudociência, que são nutridas por esse tipo de pensamento, o mágico, o que não segue leis científicas, têm a preferência nacional. É mais fácil atribuir a algo que foi montado com enxerto de um conceito de uma Ciência, alguém já teve o trabalho de estudar e conceituar, fazendo parecer que seria “contíguo”, e que essa vizinhança lhe daria a confiabilidade da Ciência. Assim, a Física Quântica, por exemplo, tem sido assaltada no termo “quântico”. Sem nenhuma compreensão nem compromisso com a verdade científica, acrescenta-se quântico e quântica, como se fosse um adjetivo, a várias invenções que se pretendem científicas. Temos agora um monte de coisas “quânticas” para dar a impressão de coisa séria. A pseudotécnica de constelação familiar, por exemplo, se apodera de conceitos da Física Quântica, as Vibrações, como se fosse possível estender às pessoas o conceito científico que se refere a leis de dimensão nano. A Ciência e os Cientistas ainda estudam para descobrir uma partícula nano de átomo. Isto seria, aproximadamente, comparável a um grão de areia numa praia de 1.000 kms. E já falam de “vibrações morfogenéticas” que trazem a “comunicação” de antepassados que morreram a décadas, de até 5 ou 6 gerações anteriores. E essa “comunicação” trazida pelas “vibrações quânticas” explicaria a pedofilia praticada pelo pai contra seu filho/filha, sendo ainda a prova de que a mãe alienadora é a culpada pelos abusos. Ou explicaria a violência doméstica contra a mãe, culpada também por ser agredida, porquanto era um antepassado dela que tinha sido um homem violento no tempo do Império. Afirma-se que a pretensa técnica das constelações familiares, criada por uma pessoa bem controversa, tem a Física quântica em sua tese. Parece meio “viajante”, mas vale saber que essa ideia de pseudociência foi autorizada pelo CNJ para ser usada na justiça, no SUS, nas escolas. Não importa se não é científica, e menos ainda, se é perigosa para as pessoas que são submetidas por indução/imposição de um Operador de Justiça, assim como, sendo aplicada para diminuir as pilhas de Processos de Família, é praticada nas dependências de Fóruns em 50/60 pessoas ao mesmo tempo, rasgando o Princípio de Confidencialidade das matérias psicológicas dessas pessoas. Vou poupá-los da parte da opressão e humilhação que ocorre, com a obrigatoriedade do pedido de perdão, de preferência de joelhos, que é feito pela vítima ao seu agressor. Sim, é a inversão dos fatos referendado pela justiça, muitas vezes com a assistência ao vivo do magistrado, que se emociona com a perigosa catarse de cada caso encenado. Assim também a pseudociência que mantem a lei de alienação parental é sustentada por termos e ideias inventadas, preconceitos relativos à mulher/mãe, louca, histérica, vingativa, interesseira, inconformada com a separação, mesmo que os números de Feminicídio evidenciem que não são mulheres que matam porque não se “conformaram com o término do relacionamento”. Quem são? E as Crianças são fantoches de suas mães que conseguem, facilmente, implantar falsas memórias de abuso sexual em suas mentes. Essa falácia é impossível de ocorrer, porquanto a memória da Criança, de Zero a 11 anos, se processa pela experiência , ou seja, é pelo raciocínio concreto que se dá o desenvolvimento cognitivo. Que leigos imaginem que quando uma Criança de 3 anos relata uma ereção e uma ejaculação do seu pai em sua mãozinha, ou uma penetração digital anal dizendo que “foi lá dentro”, sejam relatos que a mãe implantou, possivelmente, pela implantação de um chip quântico, é só o que falta ser dito e acreditado, é lamentável, mas podemos entender, em parte, por falta de bom senso, de raciocínio lógico. A tal falta de aprendizagem de qualidade, a tal preguiça mental. Mas é inadmissível que pessoas que se sentaram em bancos de Universidade, que gastaram o dinheiro Público com esse Estudo, ou que a família pagou uma Faculdade de Ensino Privado, que essas pessoas nunca tenham ouvido nenhuma Teoria do Desenvolvimento Infantil, ou aberto um só livro de Psicologia, repitam esses disparates como se verdades científicas fossem. Praticam a Privação Materna Judicial. Praticam o Maternicídio. Praticam o Feminicídio e o Infanticídio. Há muitas Crianças pequenas que atentam contra a própria vida de maneira não exitosa, mas atentam. E muitas Crianças têm sido mortas pelos seus pais. Não é possível não suspeitar da intencionalidade da maldade, da perversidade. O motivo, portanto, é outro.

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