segunda-feira, 8 de agosto de 2016

10 anos da Lei Maria da Penha
                         Uma lei não muda um comportamento. Escrevi um artigo com este título, publicado neste blog, em 13 de março de 2014. No texto exponho vários feminicídios. Hoje, recorro à mesma frase.
                          Mergulhados na Cultura da Transgressão, na Cultura do Estupro de Mulheres, na Cultura da Misoginia, na Cultura do Estupro de Crianças e Adolescentes, na Cultura do Infanticídio, na Cultura da Falsificação, na Cultura da Impunidade, não melhoramos. A qualquer momento, revemos na mídia, nosso comportamento subanimal.
                            Estamos no risco de perder a incondicionalidade da Lei Maria da Penha. Isto é grave. E está passando na surdina como a liberação dos Jogos de azar, que precisará de um monte de meninos e meninas bonitinhos e bem, bem jovens. Temos muitos que não conseguiram se capacitar e só lhes resta o corpo como moeda. Sim, como moeda porque a redução da maioridade pouco tem com os menores infratores da rua que tanto nos incomodam. Reduzir a maioridade servirá para empregar adolescentes, meninos e meninas, em trabalhos de prostituição, como maiores. O Projeto de Lei 4488/2016 também vem como complemento da garantia da impunidade. Silenciar mães e parentes, médicos, professores, etc, que fizerem uma denúncia de abuso sexual e n ao provarem, terão a cadeia lhes esperando por 3 meses a 3 anos. Lei da mordaça.
                                Não é de se esperar outra coisa com a essencial Lei Maria da Penha. A Maria da Penha é emblemática. Teve que esperar 19 anos para que a escutassem. Mas teve que recorrer às Organizações Internacionais para conseguir este ouvido, já paraplégica por causa de uma bala que saiu da arma e da mão do marido.
                                   Ao invés de fortalecer esta lei, estão querendo descaracterizá-la com a retirada da incondicionalidade. Em 10 anos os feminicídios diminuíram 10% no Brasil. 1% por ano!!!

                                      Minha homenagem à Maria da Penha! Obrigada por ter sofrido esta Lei. É preciso HONRÁ-LA muito, muito mais. Não, matá-la. 

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