domingo, 7 de novembro de 2021

Injustiça e Ecolalia, Jeferson, Lúcia, Regina. Prá não dizer que não falei de flores... Parte V

Injustiça e Ecolalia, Jeferson, Lúcia, Regina. Prá não dizer que não falei de flores... Parte V Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais... Não. Não somos todos iguais. A música diz, mas não somos. E, não é apenas uma questão entre os que comem filé e os que comem osso retirado do lixo. Somos diferentes, mas a língua é a mesma, até quando se tem posições antagônicas. As palavras são usadas em vetores contrários de sentido, como se fossem um eco. É uma espécie de reedição da Torre de Babel, mas sem nenhuma diversidade linguística. Uma mesma palavra é usada para o seu contraditório. Essa, me parece, é uma maneira de estilo cupim que “resolve”, autoritariamente, as diferenças. Aliás, nunca fomos tão intolerantes com as diferenças que escapam do cupinzeiro social. Numa sociedade cenográfica, onde tudo é erguido de papelão, há muitas leis, lindas, mas não há obediência cidadã a essas lindas leis. O Feminicídio, por exemplo, nunca esteve tão em alta como agora, apesar da Lei Maria da Penha, avançada, vigorar desde 2006. “Não aguentou o fim do relacionamento” é a motivação mais apontada nos casos dessa violência familiar, que, em sua maioria de casos, ocorre dentro de casa e na presença de filhos pequenos. A Juíza Viviane, é emblemática. Assassinada com 16 facadas pelo ex-marido na frente das 3 filhas pequenas. Na noite de Natal. Também na festa de Reveillon de 2017, um pai, sobre quem pesava a acusação de abuso sexual, matou a ex-mulher e mais as mulheres da família dela que ele alcançou, matou o filho e se suicidou. Queria ter a guarda desse único filho. Não somos todos iguais porque a violência contra vulneráveis, mulheres, Crianças e idosos, tem um “Quê” de inimputabilidade garantida. Agora existe o “estupro culposo”, o abuso sexual intrafamiliar de Criança que vira alienação da mãe, existe a Privação Materna Judicial imposta pelo Estado, existe a prisão por engano que pode ter a desculpa de semelhança daquela fotinho 3x4 aos 14 anos ou por ter um pai que tem nome homônimo de um criminoso. Ou, simplesmente, porque é um jovem tipo PPP. A inimputabilidade também é garantida para Operadores de Justiça que cometem falhas Éticas, como aquela que justificou as práticas de estupro do pai, dizendo para o filho que aqueles comportamentos eram naturais entre homens. Ou quando gritam e usam o clássico “cala a boca” porque uma mulher tenta se defender de uma distorção litigante e cruel que lhe é atribuída, durante uma audiência. São muitos os papelões da cenografia social. Mas, parece que há uma convergência nisso tudo: a desresponsabilização. Entrou na moda uma estratégia para diminuir a pilha. Em algumas mesas ela está mais alta do que a pessoa sentada ali atrás dela. Fala-se em 150 milhões de processos. Já ouvi uma estimativa bem maior. Em nome de uma “humanização”, uma troca de crime por conflito ilude. Parece que diminuindo a gravidade existente, as pessoas investem nessa mágica. Restaurativa. Não vi o reconhecimento, a mea culpa, dos autoritarismos, dos exageros, das maldades praticadas. Porque só se humaniza o que é desumano. Só se restaura o que está em ruínas. “Justiça Restaurativa”? Regina foi condenada a passar 1 dia por semana trabalhando, com cadastramento de moradores de rua, das 8 às 17horas. Lembrando, ela foi acusada de “facilitar” o sequestro do neto, que suplicou para não ser capturado por Ordem Judicial e entregue ao pai de quem queixava de comportamentos libidinosos. Alguém escutou o menino? Hoje, arrastando uma série de sequelas, com quadro de estresse pós-traumático. E, alguém olhou a condição de saúde de Regina? Alguém quis ver seu laudo? Não foi lido, nem considerado. O preconceito dogmático da alienação da mãe, a crença de que é mentira dela, afinal ela é uma alienadora/sequestradora de criança associada à filha, uma atribuição, sem nenhum comprometimento com a verdade, que a acusa de conivência. Restaura o que em alguém da terceira idade ficar em pé por 9 horas seguidas? Será que vai restaurar o seu cisto, já operado, que voltou a crescer? Condenada sem ter cometido nenhum crime. Ou é crime agora proteger Criança de um abusador? É isso a Justiça humanizada? Mulheres são loucas. Crianças são mentirosas. E, a perita flagrada banalizando e justificando as práticas masturbatórias e anais que aquele pai obrigava sob espancamento ao filho, é considerada pessoa de “notório saber”. Não há como responsabilizar essa gravíssima falta Ética. É a encenação do romance. “O Processo” de Kafka faz parte da sociedade cenográfica. E o pensamento mágico, que traz os mortos como os verdadeiros autores dos crimes intrafamiliares, toma o lugar da razoabilidade e da Ciência. Não demora, vamos ter uma receita de um “Bolo Quântico”. Mas as partículas de dimensões nano dos ingredientes, não transformam uma receita de bolo em evidência de Bolo Quântico.

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