segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Violência das Instituições e dos Profissionais - Parte II

A Violência das Instituições e dos Profissionais Parte II As Instituições têm protagonizado estragos a Mulheres e Crianças. O descrédito na palavra dessa população, mulheres e crianças, desde a negação de Registro de Ocorrência em Delegacia da Mulher sob a alegação de que o agente não estava vendo as “marcas” na pele escura da mulher desesperada, com os dois filhos em choro, que já não poderiam voltar para casa porque ela tinha sido jurada de morte pelo marido, até a consumação do Feminicídio de uma Juíza de Direito em frente a suas três filhas com 16 facadas desferidas pelo ex-marido, a desproteção de Mulheres e Crianças é uma evidência mostrada a cada estatística publicada. As Crianças são espancadas até a morte, como o Henry. Por medo, egoísmo, ou conivência, sua mãe repetia a velha justificativa de “caiu da cama”, que aparece até quando a vítima tem apenas 2 meses, e ainda não tem desenvolvimento motor para se virar na cama. E, esse “cair da cama” é engolido pelas equipes médicas que atendem as urgências pediátricas. Esse é um tema que não é abordado nas Faculdades de Medicina e Enfermagem. Henry já tinha sido levado a uma urgência meses antes de sua morte por espancamento. Joanna Marcenal, há 11 anos atrás, primeira vítima fatal da lei de alienação parental, também tinha sido levada à urgência, possivelmente, já em estado semicomatoso. Mas não foi internada, voltou com seu genitor que tinha ganho sua Guarda Unilateral, com afastamento total da mãe em decisão judicial. Há alguns anos, uma Paloma, 9 meses, morria de fratura de base crânio e outras lesões. Era a 7ª vez que sua mãe recorria a um serviço de urgência, fraturas ósseas eram frequentes, mas sempre mudando de Hospital. Mas a alegação de “caiu da cama” não chamou atenção de nenhum profissional. Somente nesta sétima vez, um médico suspeitou e internou a bebê. Foi tarde demais. Quantas Palomas e Henrys. Quantos Bernardos, quantas Isabellas quantas Joannas. E quantas outras crianças precisaremos contar até que a Proteção e o Cuidado com responsabilidade se tornem efetivos? E quantos adultos continuarão não responsabilizados por essas violências contra a Criança? Não falamos em penalizar aqueles que por negligência ou por conivência, deixam de impedir esses processos de escalada de violências. Como todos os tipos de violências, elas seguem uma curva crescente em intensidade e frequência. Portanto, o início é sempre “perdoado” pelo entorno, porque parece ser leve, por vezes começam pela via verbal e mudam para a forma física. Tão grande e nociva quanto a violência que marca, concretamente, é a violência cometida por profissionais que fazem de seu instrumental teórico, um arsenal de armas. O uso de “explicações” pseudo-teóricas fere, corta, mata. O instrumental da psicanálise, com seu conceito de inconsciente, tão importante no tratamento psicológico, tem sido pervertido por pessoas sem a devida formação. É inacreditável se deparar com alegações, por exemplo, de alienação parental da mãe, um dogma em grande moda, que estariam sendo praticadas com crianças de 8 meses de idade, de 1 ano, antes mesmo da aquisição da linguagem. É chocante ouvir de uma intitulada psicanalista a afirmação de que há alienação parental inconsciente, para incriminar uma mãe ainda grávida. Assim também, a introdução de técnicas acientíficas, criadas por pessoas que não têm formação psicológica, técnicas que se assemelham mais a seitas do que a qualquer outra coisa, onde é preciso ter a crença de que os mortos antepassados da mãe, é que produzem os comportamentos violentos ou sexuais de pais contra os filhos pequenos, ou suas mães. São teses que anunciam a vingança desses mortos, a retaliação a que ninguém escapa, e que se transmite em sucessivas gerações caso o perdão e o acolhimento total não sejam concedidos ao agressor violento. E, investidos de uma autoridade fictícia, escreverem laudos sentenciais, num quase delírio de “profissional total”, investigador e juiz, sob o registro de um número de Conselho Regional de Psicologia, condenam essas crianças à Privação Materna Judicial, patrocinando o Maternicídio. É a venda de uma solução mágica sem nenhuma consistência teórica. A verdade do fato atual perde, totalmente, o sentido. O presumido, o imaginado por estes profissionais, é o que prevalece. Há ainda a violência praticada pelo profissional que, afirma um trauma que o paciente não tem nenhuma lembrança. Mas para isso, o profissional lança mão do conceito de inconsciente, garantido que aconteceu algo que, com esta implantação dessa falsa memória, vai passar a produzir, sofrimento ou, no mínimo, confusão mental. Estamos nos referindo é claro, ao adulto porque a criança não tem possibilidade de aceitar a introdução de uma falsa memória de um trauma. Como já dissemos várias vezes, o funcionamento da cognição e da memória na criança só se faz por raciocínio concreto, pela experiência. Portanto, só o adulto é suscetível à introdução de uma lembrança traumática não ocorrida, criando assim uma dependência ao profissional, que, então, promete tratá-lo. Por outro lado, não raro encontramos sentenças judiciais onde o Operador determina tratamento psiquiátrico ou mesmo, internação compulsória para a mãe, desprezando Perícias Médicas capacitadas em troca de laudos de achismos, sem ter nenhuma competência. Ou, determinam cerceamento do Direito de ir e vir, ou de participação de redes sociais, tornando a mãe uma prisioneira, mesmo que não tenha havido crime, sem sustentação no código penal. As Instituições que deveriam proteger e seguir as leis, condenam a parte que fez a denúncia e o suspeito denunciado, é protegido e isento de qualquer responsabilidade, ganhando de prêmio, a criança. Quando serão responsabilizados todos os implicados nas mortes dessas Crianças?

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