terça-feira, 20 de setembro de 2016


A PANDEMIA DE ALIENAÇÃO PARENTAL PARA ESCONDER
O ABUSO SEXUAL INTRAFAMILIAR
       Operadores de Justiça repetem o que defensores da Lei de Alienação Parental dizem, sem apresentar justificativas científicas: “90% dos casos de abuso sexual é alienação parental”. Como 90%???
       Vamos por partes. A alienação parental foi um instituto criado por Richard Gardner na década de 90, para salvar pais agressores domésticos e abusadores de filhos e filhas. Gardner, que não era psiquiatra, engendrou esta estratégia de inverter os papéis passando o autor à vítima, e a vítima, criança e mãe, a culpado. Assim dava início ao segundo capítulo de sua proposta salvadora de agressores e abusadores intrafamiliares: a desqualificação da voz da criança e a afirmação da “histeria da mãe”.Formada assim a base invencionista da pseudotese da alienação parental, que passa a existir em todos os autos iniciados por uma revelação de agressão ou abuso sexual intrafamiliar. Para ganhar a garantia da imunidade do agressor/abusador, tem início o terceiro capítulo: a terapia da ameaça; A mãe é ameaçada de perder a guarda, de ser afastada e perder o convívio, agora com perspectiva sendo votada na Câmara dos Deputados, PL 4488, de ser condenada mais do que acontece agora, as multas por desobediência a esta "lei", as visitas obrigadas pelo judiciário, e a valores altos que acabam sepultando sua devastação financeira, as mães, avós, professoras, médicos, todos que denunciam cumprindo seu dever, serão condenadas a penas de prisão de 3 meses a 3 anos. Como ficará por exemplo, a condenação de um médico que tem a obrigação de fazer a notificação pelo Ministério da Saúde? Notifica e é preso?

       É uma forma nova de violência de gênero. O ataque devastador à maternidade e à maternalidade da mulher. Lamentável que os operadores de justiça não se deem ao trabalho de ler a etiologia de um pseudoconceito que não foi aceito pelas organizações mundiais de saúde. Que não se interessem por saber a etiologia desta estratégia. Gardner era ele mesmo pedófilo e se suicidou quando soube que o FBI tinha iniciado uma investigação baseado nas denúncias de abuso sexual de crianças feitas contra ele. Enfiou um objeto pontiagudo contra o corpo e depois enfiou-o contra o pescoço, sangrando até morrer. Teve muito medo. Foi solidário aos agressores e abusadores intrafamiliares. Morrendo, não foi comprovado como pedófilo, não faltou aos seus iguais. Todos temos medo quando esgotamos nossa cota de mentiras, e sentimos que vamos ser apanhados pela verdade.
       Não existe alienação parental. O que existe é a legítina demanda da mãe ou do pai de restrição de convívio com o outro genitor.  Restrição justificada ou injustificada. Como uma mãe pode aguentar entregar a um pai cocainômano ou alcoólatra uma criança de 2 anos para pernoite de final de semana? É justo com uma criança, que ainda é dependente do adulto “cuidador”, ficar em perigo por 72 horas? Esta mãe não pode ficar angustiada com isso? Esta determinação de convívio obrigatório sob qualquer condição não está cumprindo o Princípio do Melhor Interesse da Criança, nem os artigos do ECA e da Constituição Federal nos artigos que rezam a PROTEÇÃO da criança. Esta seria a restrição de convívio justificada. Por que todas as demandas agora são determinadas como injustificadas, logo, alienação parental? Este é um Silogismo Sofístico que está causando uma tragédia institucional nas crianças.
        O ECA é claro quanto ao direito de convívio familiar: convívio SAUDÁVEL. Onde fica esta condição “saudável”? Por que o que vigora agora é qualquer convívio? Conviver, até em visita com monitoramento, com o pai abusador é completamente insalubre para a criança. O ECA também é claro na maneira de exercer a lei sobre a criança. Pergunto: por que, quando entra em execução a terapia da ameaça do Gardner, aquele, as crianças são arrancadas da mãe violentamente, por oficiais de justiça que agarram pela resistência da criança que berra não querer ir para a casa do pai porque ele enfia o dedo no... dele, ele manda chupar o ... dele, ele bate, não havendo nenhum cuidado com a criança? (Vide vídeo na internet que feito pela advogada da mãe, necessário como tentativa, que também não deu certo, atesto a veracidade)
       Esta lei da alienação parental virou uma pandemia porque dá celeridade aos processos das varas de família, que se interpõem ao curso que deveria ser pela via da Infância e Juventude. Não há investigação nem do abuso do pai alegado, nem da alienação parental gritada pelo pai para se defender do abuso. Uma, duas, três, quatro, psicólogas, ou mais, fazem séries de entrevistas intermináveis usando o olhômetro em sistema de tortura de acareação. Quando fazem uma sala de espelhos, o pai está atrás do espelho e a criança sabe. Quem com 5, 6, 8 anos denunciaria seu algoz e depois iria para casa dele onde já mora por decisão judicial? É claro que esta é a ocasião em que a criança faz uma retratação, esperada dentro da dinâmica do abuso sexual. Mas, também não estudaram esta matéria. Assim matam a esperança da criança em ser protegida. Desqualificam exames de IML, desqualificam a voz da criança, se negam a fazer a formação para a escuta protegida, aconselham a mãe a colegas indicadas pelo pai, elas estão “histéricas”, (histeria é outra coisa, ver conceito psicopatológico), e a justiça manda entregar a criança para seu abusador. Hoje, são milhares.

       A pandemia de alienação parental está condenando uma legião de mães que são devastadas e perdem tudo como pessoa, inclusive sua capacidade econômica e financeira. Passam a ser um peso para a sociedade. A pandemia de alienação parental está condenando uma legião de crianças que, evidentemente se adaptam à situação de violência, e crescem na transgressão e na perversão dos abusos. Serão incapazes para o exercício da cidadania.  

4 comentários:

  1. Maravilhosa colocação. Muito completa e realista.Pior que a pedofilia é a institucionalização dela onde juiz afaga o.abusador e tortura a vitima e a mae
    Onde vamos parar com isso!!!!

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  2. Maravilhosa colocação. Muito completa e realista.Pior que a pedofilia é a institucionalização dela onde juiz afaga o.abusador e tortura a vitima e a mae
    Onde vamos parar com isso!!!!

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  3. O Holocausto Institucionalizado Dra. Ana...Verdadeiramente o Corredor da Morte Infantil em todos os sentidos...

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  4. Cara Ana Maria, meu nome é Tomas Chiaverini, sou jornalista e estou escrevendo uma reportagem justamente sobre esse assunto: a possibilidade de a lei de alienação parental permitir que pais abusadores tenham a guarda dos filhos. Gostaria de conversar com a senhora sobre o assunto. É possível? Meu email é tchiaverini@gmail.com Obrigado.

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