sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Ação de Inconstitucionalidade. Revogação da Lei de Alienação Parental. Tributo a Joanna Marcenal. Parte IV.

Ação de Inconstitucionalidade. Revogação da Lei de Alienação Parental. Tributo à Joanna Marcenal Parte IV O campo da Psicologia está povoado por afirmações pseudocientíficas. As Ciências Humanas, mesmo tendo Métodos Científicos e Critérios Rigorosos de Pesquisa, são um terreno fértil para propiciar teses e sofismas que têm como característica o pensamento mágico, que sempre encantou a humanidade. Para fugir da dura realidade, os humanos se desviam e mergulham até o obscurantismo. Misturadas como uma massa de bolo ao ser batida, a Ciência perde sua cor e sabor quando é acrescentada a magia da solução fácil para seus medos e suas dúvidas sem respostas. Essa mistura é necessária para a inversão dos vetores do fato inicial. A vítima, e sua representante, geralmente a mãe, tornam-se culpadas, autoras de crimes que desembocam num processo criminal de Denunciação Caluniosa contra a mãe. O estelionato intelectual patrocina toda essa manobra em circuito fechado. A inversão é operada pelo primitivo mecanismo de defesa do ego, a projeção. O problema está no outro. Sempre. Mesmo quando evidências saltam aos olhos. Mentiras pseudoteóricas inflam. Os Valores Éticos e Morais foram liquidados e substituídos por valores financeiros e por uma rede de troca de favores. E o Melhor Interesse da Criança? O Interesse Maior é do adulto que se defende, facilmente, da acusação de abuso sexual intrafamiliar. Só basta o agressor alegar que a mãe pratica alienação parental. Curioso que só quando é denunciado como abusador é que a mãe surge como a tal “alienadora”. Alguém já se perguntou como são produzidos os numerosos e de alto valor de vídeos pornográficos de bebês? Eles não acessam a internet, eles não saem de casa para encontrar com aliciadores pedófilos, eles não conseguem fazer nudes em posições sexuais. Também não é possível pensar que produtores desse material marquem hora e adentrem os quartos desses bebês para sessão de fotos e vídeos. Podemos até ter muita dificuldade de pensar sobre este crime hediondo. Mas, ele existe, mesmo que tentemos negar. Volto a dizer que é a inversão do fato, executada pela inversão de guarda, entrega da criança ao apontado como abusador, que passa a viver a Privação Materna Judicial, um desastre emocional, afetivo e Ético. Se, antigamente, constatávamos que sobreviventes de abuso sexual incestuoso deixava uma tatuagem na alma, hoje esse trauma se expandiu em nocividade. Com o advento do dogma da lei de alienação parental, temos para além do trauma da violação da integridade física e mental, moral também, continuado, a desorganização dos códigos sociais em formação. Nada pior do que falara uma coisa, certo e errado por exemplo, e fazer outra, o errado por baixo de uma aparência dissimulada de certo. É enlouquecedor. Mas, quem sabe, isso se encaixa no novo termo, pós-verdade. As práticas mágicas e esotéricas, as psico-picaretagens, magias que recorrem aos familiares antepassados mortos há décadas, infiltram-se por premissas científicas sem nenhum cuidado ou escrúpulo quanto à lógica, quanto à realidade. Como cálculos de noves fora, nenhuma aberração evidente é vista. Mais uma vez, nossa xenofilia patrocinará décadas de maus tratos e violência contra Crianças e Mulheres, acobertadas por uma lei inconstitucional. Lembrando que os graves desvios de comportamento da humanidade ao longo de sua História, sempre foram amparados por uma lei. A Exploração de riquezas da dita Colonização, era amparada por lei. O Tráfico e Comercialização Internacional de Escravos, tinha uma lei. O Apartheid era legitimado, tinha lei. O Holocausto, que dizimou 6 milhões de judeus, ciganos, negros e homossexuais, era sustentado por uma lei. Esta foi sempre a estratégia usada, uma lei. Ondas de impotência se sucedem. Nesse momento, me aproximei de uma extrema sensação de impotência vivida em relação a uma filha. Uma guerra perdida para uma doença. Difícil de suportar. Tento imaginar a dor pela morte da Joanna. Só tento. Perder uma filha porque a Justiça é cega, é paralisante. É mortal para uma mãe. Uma dor incalculável, inominável, antinatureza. Mais aniquilante ainda se essa morte for causada por uma mentira dita sobre a mãe. E a Criança? Mais uma vez a evidência de que é uma lei que serve aos adultos, aqueles que não se importam com a Criança. O jargão que fala que a esperança é a última que morre, nem sempre segue essa fila. A minha esperança está no CTI, respirando com a ajuda de aparelhos. Mas continuo esperançando, sim, que ela vai sobreviver, reviver e viver. O Brasil foi um dos últimos países a proibir a escravidão naqueles moldes da época. Estima-se que tivemos algo em torno de 5 milhões de pessoas, em exploração para o trabalho não remunerado, sujeitos a castigos físicos torturantes. Continuamos temos escravos e escravas, também castigados pela violência doméstica. Infanticídios e Feminicídios comprovam. Mas a Cultura Escravagista permanece dissimulada entre nós, até hoje. Precisamos continuar a fazer a política abolicionista. Urge que Novos Abolicionistas do Ventre Livre surjam para que Bebês e Crianças, escravos sexuais, sejam libertados, alforriados. Que tenham a Garantia da Liberdade. É da nossa responsabilidade. Ninguém sabe quantos escravos e escravas sexuais contamos no momento, no nosso país. Crianças, vivendo dentro do que chamam “lar”, o lugar mais perigoso quando se tem alguém perigoso e perverso que habita também, e que é acobertado por uma lei.

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