terça-feira, 20 de junho de 2017

BACKLASH

BACKLASH! Já ouviu falar? Este é um conceito já bem estudado entre nós, Dra. Tânia Silva Pereira, brilhante Professora de Pós Graduação de Direito Especial da Criança e do Adolescente da UERJ, escreveu um artigo lá no ano de 2006, acho, publicado no Migalhas, introduzindo este tema entre nós. Os nossos colegas argentinos desde a década de 50 já escrevem sobre. Trata-se da determinação de intimidar com processos judiciais os profissionais técnicos que falam de abuso sexual e violência doméstica em laudos de criança. Assim, psicólogos e médicos se acovardam porque ficam sabendo dos inúmeros colegas que estão sendo perseguidos por terem contrariado a regra estabelecida: inconclusivo, na melhor das hipóteses. Mas a meta é travestir o abuso sexual intrafamiliar em acusação à mãe de Alienação Parental. Entre nós o Backlash tem sido cada vez mais aplicado amplamente. Recentemente um colega da DECAV do R.J. teve seu diploma de psicólogo cassado porque contrariou a ordem e indicou indícios de abuso. Vale ressaltar que a DECAV e o CAAC têm os profissionais mais bem treinados, mais gabaritados para examinar a criança vítima. Mas, seguindo a linha da cultura de minimização e banalização do incesto,e, a consequente legalização da pedofilia, os profissionais que não ficam em cima do muro ou que não acusam a mãe por ter denunciado abuso, são severamente punidos. Hoje soube de mais uma colega que está sendo processada por ter desaconselhado o convívio com pernoite com um pai que praticava grave violência doméstica contra a mãe. Era para ela dizer que a mãe era alienadora, com olho roxo. Os roxos são detalhes que não tem importância neste sistema. Afinal o pai ainda não espancou a criança. Ainda. Ou, se bateu, foi para corrigi-la. A mãe merecia, e a criança ele estava educando.

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