segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Abuso sexual incestuoso acabou, a pá de cal da justiça. Parte IV

Abuso sexual incestuoso acabou, a pá de cal da justiça. Parte IV Herodes vive. Quem imaginaria que o talentoso e divertido P. Diddy Combs era essa pessoa que carrega mais de 120 acusações de assédios e abusos sexuais, praticados com grandeza e sofisticação em suas “festas brancas”? Estupros, tráfico de drogas, tráfico de pessoas, chantagens com gravações de cenas pornográficas de pessoas públicas, tudo permeado e mergulhado no singelo branco obrigatório. Branco da pureza, da paz. Por acaso que o Diddy fazia essa exigência obedecida por todos? Pureza e Paz estavam simbolizadas pelo Dinheiro e Poder. Entre nós temos vários Diddys. Em versões também criativas e perversas, mas tropicais. Por vezes, tenho a impressão de que eles se multiplicam e germinam espontaneamente. Juntam-se aos ativos, aos fiéis ortodoxos, os omissos que engrossam as fileiras das milícias psicológicas. Conselho Nacional de Direitos de Crianças e Adolescentes, (CONANDA), Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Ministério da Mulher, Defensoria Pública da União, (DPU), Conselho Federal de Psicologia, Conselho Federal de Serviço Social, Conselho Nacional de Saúde, Centro Especializado para a Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, NUDEM-SP, Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, (Campanha Faça Bonito), e no âmbito internacional a Resolução do CEDAW, a CIDH-OEA e a ONU, apontando altos índices de corrupção no sistema de justiça, e se posicionando pela Revogação da lei de alienação parental. E, na 83ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, há poucos dias, foi aprovada a Resolução pela Revogação da lei de alienação parental. Nada adianta. A distorção de conceitos psicológicos, consagrados e reconhecidos pela Academia desse Conhecimento, são desconsiderados, ignorados, para garantir, com essa distorção, a desresponsabilização de predadores. Mas, apesar desse parágrafo de Instituições sérias repudiando a lei de alienação parental, surge o “Protocolo da Escuta Especializada da lei de alienação parental”. Através da estratégia de confundir, propositalmente, a nomenclatura para “familiarizar” é usada. Além desse título, surgiu um livro que parece copiado do já existente, sobre a invisibilidade de crianças e mulheres, uma excelente ferramenta de conhecimento sobre a perversidade dessa lei. O lobby é muito forte, muito articulado em todos os Poderes, e segue impávido destruindo Mulheres e Crianças, atacando mortalmente o Direito à Maternidade. É repugnante assistir os malabarismos para tornar dogmas, afirmações vazias de fundamentação teórica e até de bom senso, proferidos por juristas e agentes de justiça. Mas o Poder sustenta e massacra mulheres e crianças que ousam denunciar as várias formas de violência sofridas. Até aquelas violências físicas e sexuais, com materialidade constatada pelo órgão público médico-legal, são ignoradas para acobertar criminosos domésticos. Crianças arrancadas do seio da mãe, literalmente, para serem entregues ao genitor que desaparece sob os auspícios da justiça e de seus representantes. Surdez total diante do desespero de uma Criança que repete 86 vezes que não quer ver o pai porque ele mexe no bumbum dele e dói muito, entrando numa crise de ansiedade e angústia, sentado na calçada, tendo precisado ser socorrido por ambulância, ou aquele menino que saía da “visita assistida” direto para o hospital pela crise nervosa com descontrole total dos esfíncteres, acompanhado de vômitos convulsivos. Todos eles foram olhados pela justiça como vítimas de alienação parental da mãe, e foram, violentamente, obrigados à convivência com aquele que eles apontam como seu bárbaro algoz. Como se essas mães e as outras, fossem capazes de produzir uma tarefa impossível, fossem capazes de montar falsas memórias, o que, aliás, não existe na infância. A memória da Criança está atrelada ao desenvolvimento cognitivo que é concreto até os 11 anos. A Criança só memoriza o que vivenciou, concretamente, pela sua percepção. As práticas processuais nos mostram juristas, advogados, operadores de justiça, todos não psicólogos, fazendo e sentenciando em verdadeiros terrenos psicológicos. Trazem teses desconhecidas pelos profissionais dessa área, afirmam patologias, caminham em linha sem fundamentação teórica, mas exibindo uma empáfia assustadora. São pequenas amostras de exercício ilegal da profissão. Tudo vale para atacar a maternidade. Quando nos debruçamos sobre a tentativa de compreensão desse comportamento de violência contra a mulher, nos deparamos com a constatação de ódio expelido, visando uma espécie de extermínio em vida. Por que a Câmara retirou da pauta, em outubro de 2022, o endurecimento das penas para pedófilos? E, colocou em pauta, na mesma ocasião, os jogos de azar eletrônicos. Hoje, um ano depois, já temos evidências incontestáveis que uns crescem em número e em perversidade, enquanto os outros estão produzindo um endividamento colossal de uma enorme parcela da população. E respondemos validando ainda mais a lei de alienação parental, essa lei emboscada que é mias uma forma de violência contra a criança e a Mulher. E, sempre que falamos de violência contra a Criança, ficar sem mãe, taxada de “alienadora”, é uma violência inscrita na Constituição. Mas, constituição? ECA? Bom senso? O que são essas coisas em extinção? Herodes vive, sim.

sábado, 5 de outubro de 2024

Abuso Sexual Incestuoso acabou, a pá de cal da justiça. Parte III

Abuso Sexual Incestuoso acabou, a pá de cal da justiça. Parte III Sabe-se da riqueza que envolve a comercialização e a judicialização do abuso sexual incestuoso. Um vídeo pornográfico de estupro de bebê é vendido por 50, 70, 80 mil na deepweb, sem maiores dificuldades, nem para o vendedor, nem para o consumidor. Vale ressaltar que é uma nova forma de exploração do trabalho escravo infantil. E sexual. Um laudo pericial também pode custar os mesmos valores, sem maiores problemas nem para o contratante, nem para a contratada, que não precisa gastar tempo com horário marcado porque grande parte desses laudos afirmando que não houve abuso sexual, que todos eram “atos de alienação parental” da mãe, não houve nenhum contato da profissional com a mãe e a criança. São os laudos à distância. Por vezes escapa um erro grave, a descrição de uma prole de 3 filhos, com nomes e idades, quando na realidade a criança é filha única. Mas, claro, que isso é uma bobagem, compreendida, perfeitamente, pelo juízo, dito como um erro de digitação. Nomes e idades de irmãos inexistentes, foi apenas uma digitação erradinha. Se não precisa conhecer nem a criança vítima e sua mãe, que mal haveria em dar existência a inexistentes? Desde que diga que a mãe é alienadora, está tudo certo. A confusão na nomenclatura do título do protocolo que surge, super célere, não seria por ignorância da existência do Protocolo da Escuta Especial da Criança Vítima e Criança Testemunha de Abuso Sexual. É lei desde 2017, e quem trabalha nessa área já “ouviu falar”, pelo menos. Atropela com um título de “protocolo de escuta especializada de alienação parental” a difícil, pela resistência e pelo negacionismo da existência de abuso sexual incestuoso. Parece-me que da nomenclatura ao conteúdo que valida um termo sem comprovação científica, essa confusão de línguas, conceito psicanalítico nomeado e estudado por Ferenczi, é uma evidência de um desvio de propósito. Pegando carona no que já é um entendimento cuidadoso da importância desse relato, o novo protocolo copia e distorce elementos psicológicos traumáticos para desviar o foco para a mãe, a culpada, a louca, a desequilibrada, a ressentida, a interesseira. A função materna é bombardeada para fragmentar a força dela ao defender sua cria. A desqualificação da palavra da criança é selada. “Não se deve levar a criança tão a sério” afirma a professora de alienação parental em vídeo publicado por ela mesma. São evidências da depreciação severa de crianças e mulheres/mães. O ódio pela maternidade, e a violência para atacá-la, detonam a criança e sua mãe. As 6 principais formas de violência oferecem um cardápio que enche os noticiários de feminicídios, o pico da escala. Mas não há muita organização nem escalonamento. O Feminicídio pode ser uma das primeiras manifestações da violência. E com a desvalorização da palavra da mulher, se ela pede proteção, isso pode, rapidamente, ser interpretado como exagero, se tiver filhos, é alienação parental. E ninguém tem notícias dessas crianças depois de assistirem a mãe ser assassinada a facadas, por exemplo, afinal o segredo de justiça é seguido à risca, e não há nenhum comprometimento do Estado em acompanhar, com qualidade, essas crianças tão cruelmente traumatizadas. Crianças importam? Vivemos um tempo de palavras ao vento. Não é preciso que tenham fundamento. Ciência e seus Métodos? Caíram bastante. Então copiar/colar, como no caso acima, para promover a confusão, tornou-se corrente. Estudos apontam para a incidência de 1 abuso sexual contra a criança a cada 8 minutos, e 1 estupro de mulher a cada 6 horas. Esses resultados se referem ao que chega às delegacias especializadas, sabendo-se que a subnotificação é da ordem de 1 caso notificado e 7 não notificados. O medo, a vergonha, a rejeição social, a vulnerabilidade criada pela denúncia, são algumas das razões que impedem as notificações. Quando penso nas pessoas que se prestam a montar estratégias de milícias psicológicas, sem se importar com a regra teórica ou, até o bom senso, me pergunto se não se preocupam com o que estão praticando. Mas se considerarmos que inventamos uma “profissão” que dita regras, opiniões, que pode lacrar algo ou alguém, ou inflar de vento algo ou alguém, e as pessoas se orgulham em dizer que são “seguidoras”, o que há alguns anos era chamado de “maria vai com as outras”, temos a constatação do esvaziamento da verdade científica e da seriedade. A expertise da manipulação da sociedade, por palavras faladas como verdades absolutas, faz com que as apostas dos cassinos eletrônicos, bet, bet, bet, por exemplo, assim como os abusos sexuais incestuosos, tenham explodido em números. Similar à subnotificação, 1 em cada 6 reais do dinheiro assistencial é gasto em jogo eletrônico de apostas. Há um endividamento imenso de uma parte da população, o vício do jogo camuflado em brincadeirinha. Similar também na lei em vigor, os jogos de azar são proibidos no país. Assim como os abusos sexuais contra crianças, também proibidos. Mas há uma espécie de legalização camuflada que acoberta essas duas misérias humanas. É a pá de cal que todos, todos, estamos jogando.