quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Cultura de Estupro de Mulher e Estupro de Criança Parte V.

Cultura de Estupro de Mulher e Estupro de Criança. Parte V Faz-se necessário esclarecer a diferença entre a tipificação do termo estupro de Mulher e estupro de Criança. O Estupro de Mulher e a Tentativa de Estupro de Mulher implicam sempre em práticas sexuais e/ou, em alguns casos, práticas substitutas, fetiches com violência, práticas sexuais sádicas, mas todas formas de demonstrar que a Mulher está sendo subjugada, porque é esse o gozo do Homem, a sensação de triunfo sobre ela. Como sempre, para reafirmar a culpa da vítima, cobra-se da Mulher que ela reaja, que ela não permita. Essa é mais uma violência que impomos à vítima. Desconsidera-se por completo que o ato de ser estuprada congela os músculos, a vítima fica imobilizada, por mecanismo de defesa, sem que seja preciso o uso da força por parte do estuprador. Mas a vítima é cobrada pela não reação, e a porta se abre para incutir a culpa pelo estupro sofrido. Por outro lado, o Estupro de Criança não se limita à sexualidade adulta. Por envolver um ser vulnerável, toda atitude de lascívia, que tenha cunho sexual ou intenção de promover a sexualidade de maneira precoce e inadequada na Criança é tipificada como Estupro de Vulnerável. Sob essa rubrica temos atos de carícias, de indução, que promovam a excitação do adulto. Portanto, nesse rol temos até atos que não passam por toques, como assistir ao ato sexual de dois adultos, ou, mesmo, assistir com a Criança a um filme pornográfico. Isso foi elencado como estupro de vulnerável. Mas, ainda cometemos erros em campanhas quando passamos a comunicação de que a Criança deve dizer “Não” ao abusador, ou publicitando a ilusão de que se a Criança souber as partes de seu corpo que não devem ser tocadas, estamos habilitando a Criança a dizer o “Não” para o abusador. Como se isso fosse possível. Ao mesmo tempo que a janelinha da culpa da Criança é aberta. A vítima parece ter vocação para ser a culpada. Assim, quando se trata de Criança, portanto quando o conceito de vulnerabilidade integra a cena por excelência, estão incluídos comportamentos que se estendem para muito além da penetração peniana. Todas as formas de carícias lascivas, o beijo na boca, o sexo oral, a masturbação, a penetração digital, a pornografia vista ao vivo ou pelas telas. Tudo é considerado Estupro de Vulnerável. Já avançamos na compreensão do Conceito de Estupro de Vulnerável e já tivemos uma condenação por um Estupro de Vulnerável Virtual. Um assédio virtual foi penalizado. É lamentável, portanto, que pessoas que têm obrigação de ter esse conhecimento do conceito de Estupro de Criança, ainda insistam em produzir confusões conceituais ao dizerem, publicamente, que uma “lambida na PPK não é nada, não é como um estupro”. Tentar se esconder atrás da ignorância mostra que a defesa de abusadores de Crianças está acima do lugar que reservam para o conhecimento. Lamentável que pessoas que sentaram em bancos de Universidades, se vendam usando como moeda de troca, Crianças indefesas. Se a prática de sexo oral com uma Criança de meses ou de 2 anos, por exemplo, não ´considerado, por uma “perita”, como Estupro que é, evidente que a outra falácia da “Reprogramação” da mente da Criança, ganha espaço. Hoje temos cada vez mais Crianças sofrendo tortura por serem obrigadas a uma dita “convivência” que defende que pela insistência a Criança vai desistir de não querer estar com seu abusador. Isso é tortura. Psicólogas apresentam um “plano de trabalho” de um número X de encontros obrigatórios para a Criança, com acareação com seu abusador. É desastroso! A angústia, o medo aterrador, a sensação aguda de falência total pela impotência vivida, devastam a mente da Criança. Do lado de fora, a psicóloga, paga pelo genitor, segue querendo vencer a resistência da Criança, que se desespera, se encolhe, se morre por dentro. Nada move um milímetro de empatia com o sofrimento daquela Criança. A Psicóloga tem um Poder inimaginável sobre aquele ser oprimido. E se a Criança não se dobrar como ela quer, os encontros se estendem e o Juiz ou juíza assinam embaixo de mais tortura. Será que é muito difícil alcançar que uma Criança que não quer estar com aquele genitor que ela descreve como seu abusador, é um cachorrinho de Pavlov? Aqueles cachorrinhos que passavam fome e aprendiam a salivar ao som da sineta que anunciava a carne que então aparecia. Para depois passarem a salivar só com o som da sineta. Não é possível equiparar a aprendizagem de um comportamento reflexo animal de condicionamento operante, referente à fome, equiparar à opressão operada contra uma Criança que se nega a estar perto do genitor que ela aponta como seu abusador. Essa surdez deliberada, essa cegueira deliberada, essa petrificação de emoções e sensações, pratica o Estupro de Vulnerável Continuado que garante a impunidade das perversidades cometidas dentro da família, em regime de incesto ou sua representação. Fraudar conceitos e compreensões psicológicas para inventar uma inversão da realidade cruel que essas Crianças são submergidas por toda a sua infância, é o portal para a celebração do massacre da fragilidade característica desta etapa da vida, massacre efetivado pela facilitação legalizada do estupro travestido em acusação de alienação parental, massacre que promove o congelamento dos afetos, que desidrata a Voz da Criança, fabricando um adulto incapacitado para as relações amorosas e a cidadania. Afinal, seu processo de aprender a confiar foi ceifado, precoce e definitivamente. Uma pessoa desidratada.

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