terça-feira, 6 de maio de 2025

Pedofilia não é sexual. É o Prazer do Poder. Parte III.

Pedofilia não é sexual. É o Prazer do Poder. Parte III Parece que está sendo operada uma abdução dos atos de pedofilia. Uma vez abduzido o abuso sexual intrafamiliar, ele fica “resolvido”. Quando falamos de Pedofilia usando bebês, a questão é olhada como sendo um fenômeno, praticamente, galático. Pela bizarrice de uma imagem que a mente procura para entender as palavras que descrevem um ato de extrema anomalia, temos a tendência a descartar o tema como lunático. Diante de uma notícia dessas, a mente escorrega atrás dos argumentos da ordem do impossível. “Ninguém faria isso”. “O corpo do bebê não permite por suas dimensões diminutas”. “Com um filho? Não, nunca”. Essa postura negacionista expõe um mecanismo de defesa lançado para se livrar do horror que invade a mente. Assim, joga-se uma camada de cobertura sobre o horror, e toca-se para frente, como se nada tivesse acontecido. O manto do tabu garante que isso seja “esquecido” por mais um tempo. Mas, cada ato de abuso fica inscrito no corpo do bebê em forma de estresse extremo difuso. Entre os profissionais técnicos, não há o conhecimento científico devido. Falta estudo do Desenvolvimento Anatômico, do Desenvolvimento Psicomotor, do Desenvolvimento Afetivo, do Desenvolvimento Cognitivo da Criança. Diante de tanta carência de Conhecimento, a dogmática saída de acusação à mãe, louca, o mais frequente adjetivo atribuído a ela, misturando a ignorância do estudo com a intenção, consciente ou inconsciente, de atacar a mulher. Essa intencionalidade se assemelha a um simulacro do Prazer pelo Poder que é a essência da prática de violências contra vulneráveis. É uma espécie de equação entre uns e outros. Sabemos quão difícil é pensar e mostrar os indícios desse tipo de crime intrafamiliar. Principalmente, se falamos de bebês. Mas o comércio na internet, não mais tão oculto, das produções pornográficas domésticas, são incontestes. Mas, se nos debruçamos nos abusos sexuais incestuosos cometidos contra meninas no final da infância ou no início da puberdade, também encontramos a mesma resistência social em reconhecer a responsabilização do predador familiar, protegendo o abusador. Aliás, a última modinha é uma apologia ao perdão total do abusador. Qualquer que seja o ato criminoso e o parentesco dele com a criança. Como se o perdão fosse uma simples reação automática. O perdão é um processo complexo que precisa de muito tempo para ser elaborado. Não esquecer que, mesmo para as pessoas de boa vontade, existem coisas que são imperdoáveis. E isso não é nenhum demérito. A proposta de perdoar compulsoriamente é uma fonte de auto culpabilização da vítima. Há uma padronização de um comportamento em favor da superficialidade e inconsequência. Tudo tem que ser “leve”. Leve ou leviano? Parece que o imediatismo do mundo virtual invadiu a mente humana, incapacitando os processos de cognição, incluindo a reflexão, a verificação, a crítica, a elaboração, e até o bom senso. Por um lado, os bebês em trabalho sexual escravo, só visto na ponta da comercialização dos vídeos, quando a Polícia Federal descobre o consumidor, nunca o produtor, totalmente impune, por outro lado as 26 meninas de menos de 13 anos que dão à luz bebês, diariamente no Brasil, gerados por incesto, há nenhum traço de responsabilização dos autores dessas tragédias familiares. Para aquelas crianças maiores, e suas mães, que relatam com detalhes e coerência os atos libidinosos que sofrem, com abundância de provas materiais, e que ousem buscar a Lei, resta, somente, o serial estupro. É sequencial a violência vicária das mais diferentes espécies. É muito comum que o estupro de vulnerável, que se iniciou naquele Gozo de Poder Absoluto de um predador da família, vá se sucedendo em violência psicológica, (a louca), violência técnica, (“alienadora”), violência moral, (a interesseira), violência patrimonial, (a dilapidada porque quis), e a violência do Estado, (“cala a boca” ou “não chora”). A aniquilação é completa. E a criança vitimada vai de brinde para o seu predador. Provas? Para que servem? Não são consideradas, sempre duvidadas. A materialidade é interpretada por falácias impossíveis, escritas em laudos feitos à distância. A palavra da criança é vista como mentirosa, ela é um mamulengo da mãe que manda ela relatar coisas sexuais que não fazem parte de seu conhecimento, de sua cognição. Isso não importa. Afinal, mulheres e crianças, não importam.

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