À Deputada Federal pelo
Paraná Maria Victória:
Carta Aberta.
Prezada Sra. Deputada,
Tomei conhecimento de
possível relatoria a seu encargo para P.L. ou o P.L. é de sua autoria, que
pretende instituir um Dia Comemorativo da falácia da alienação parental. Como
trabalho nesta área há mais de 40 anos, e, sobretudo, pela experiência que
venho aprendendo com os sobreviventes do incesto, ou seja, com as vítimas
crianças envelhecidas do abuso sexual intrafamiliar, portadores todos de
sequelas profundas e permanentes, me senti tocada por, mais uma vez, constatar
que existe uma intenção de distorcer fatos e falar 1000 vezes uma mentira para
que ela se torne verdade, como afirmava o marqueteiro de Hittler, Joseph
Goebbels.
Vamos por partes:
1 – Não existe SAP,
Síndrome de Alienação Parental. A nomenclatura não pode ser usada porque
nenhuma Sociedade de Medicina Internacional reconheceu este enunciado, portanto
não é síndrome. Por não ter fundamento científico, segundo estas Sociedades a
que um grupo interessado na solidificação de conceito desta fraude, segundo
expõe amplamente a Jurista da Suprema Corte Portuguesa, Maria Clara Sottomayor,
este comportamento temporário, justificado ou injustificado, quando patológico,
não foi considerado doença pelo CID 10.
2 – Richard Gardner não
era psiquiatra. Era médico sem especialização em psiquiatria. Mas, se auto
intitulou.
3 – Richard Gardner não
era professor da Universidade de Columbia, mas, se auto intitulou, ele prestava
serviço voluntário naquela Universidade, e aproveitou uma demanda de pais
agressores/abusadores sexuais de seus filhos que lhe pediram ajuda para se
livrarem dos processos a que estavam respondendo.
3 – Richard Gardner era
ligado ao Instituto Kinsey, onde Adolf Kinsey fazia pesquisa por experiência de
manipulação dos órgãos genitais de meninos e meninas, ao vivo em bebês e
crianças, com o propósito de provar que bebês e crianças têm orgasmos múltiplos
por hora. Vide Escala Kinsey da Sexualidade Humana.
Richard Gardner foi
denunciado muitas vezes como pedófilo, e, quando o FBI decidiu investiga-lo,
ele fez uma primeira tentativa de suicídio com uma overdose de heroína, mas na
segunda tentativa com objeto cortante na jugular, obteve êxito. É dele: “as atividades sexuais entre adultos e
crianças são parte do repertório natural da atividade sexual humana, uma
prática positiva para a procriação, porque a pedofilia estimula sexualmente a
criança, torna-a muito sexualizada e a faz ansiar por experiências sexuais que
redundarão num aumento da procriação”, in “True and False Accusations of
Child Sex Abuse”, pág. 24- 25. Este é o pensamento de Gardner que é o fundador
da alienação parental. Claro que com outros propósitos.
4 – Os estragos
psicológicos propagados por um grupo interessado em amordaçar as mães, aliás,
fora da moda ser mãe e exercer sua inerente à função protetora, não tem base
científica. Não existem dados estudados e comprovados que possam atribuir, como
tem sido falado, comportamentos depressivos, fragilizados ou suicidas, a um
comportamento de demanda de restrição de convívio, justificada ou
injustificada, porque o filho/a entende que há um litígio entre os pais, ele
não é violado como no abuso sexual intrafamiliar que tem ficado escondido e
disfarçado nesta engenhoca jurídica, que prevê pela cartilha de Gardner,
inversão de guarda, afastamento parcial com visita monitorada da mãe à criança,
afastamento total com perda do poder familiar da mãe. Vale ressaltar que Joanna
Marcenal, caso emblemático, hoje em meio a centenas, foi torturada e morta aos
05 anos, enquanto os autos seguiam à risca esta cartilha. A justificativa
judicial era alienação parental da mãe.
O pai, que teve atendida com o afastamento total a sua falsa alegação de
alienação parental da mãe, e a e a madrasta, os suspeitos, esperam o processo
em liberdade, Ele, processo parado não se sabe o motivo, depois do assassinato
da Joanna, já prestou concurso 2 vezes para ser Juiz. (Vide página “taxi em
movimento”). Foi tudo como prescreve a fraude do conceito de alienação parental
instituída por Gardner. Há 06 anos Joanna morreu exibindo em seu pequeno corpo
sinais de todo tipo de tortura. E a
Alienação Parental?
Estes comportamentos
ditos consequentes da tal alienação parental, parece que foram copiados dos
estudos sobre abuso sexual intrafamiliar, tamanha a semelhança nos itens.
Ressalto que no que tange os danos perpetrados pelo abuso sexual intrafamiliar,
acrescente-se as automutilações e, agora, os grupos de suicidas adolescentes.
Lembro ainda que a Corte Holandesa autorizou uma Eutanásia de uma vítima de
abuso dos 05 aos 15 anos, por considerar a dor psíquica deste dano equivalente
à dor neoplásica, já consagrada como critério para estas autorizações.
5 – Dia Comemorativo?
Comemorar as novas fogueiras sociais das novas Joannas D’Arc/Mães? Comemorar a
violação dos artigos 3º, 5º, 7º, 13, 98, 245do E.C.A., entre outros, a violação
do novo Estatuto da Primeira Infância, os 1000 dias de proteção especial que
estão sendo executados em PRIVAÇÃO MATERNA, o artigo 227 da C.F., também violado,
porque não se impõe qualquer convívio
familiar, é o CONVÍVIO SAUDÁVEL que é necessário para o bom desenvolvimento
da criança.
Crianças,
aos milhares, estão sendo arrancadas do colo de suas mães, por coincidência,
sempre na calada da noite.
6 – É, no mínimo, muita
coincidência que a data 25 de abril que
é o Dia do Orgulho Pedófilo, Dia Internacional da Pedofilia, outra
denominação para a data comemorativa, seja, oficialmente, travestido em Dia do
Orgulho do Combate à Alienação Parental. Coincidência? Qual Orgulho será comemorado mesmo?
7 – É, no mínimo,
legítimo que uma mãe que escuta um relato de seu filho/a sobre práticas sexuais
atribuídas ao pai/padrasto, relato incompatível com sua faixa etária, e que
sempre se sucede à saída daquele pai de casa, claro, ou alguém tem dúvida sobre
o medo do agressor sob o mesmo teto, até quando se é adulto, procure o Estado, que
incentiva buscar ajuda nos órgãos, que se esperam, competentes.
8 - É, no mínimo, óbvio
que crianças tenham que, repetindo em acareação e com convívio mantido por
ordem judicial, usem a retratação como meio de salvação delas e de suas mães,
sobre quem paira a clássica ameaça de morte feita e sustentada pelo abusador
intrafamiliar.
9 – As mulheres
“histéricas”, como bem diagnosticou Freud, já se foram. A mulher, Sra.
Deputada, conquistou espaços e direito a sua sexualidade saudável. Mas, hoje, histéricas,
são todas as mães que buscam ajuda para proteger um filho/a. Alias conceito
também usado equivocadamente. A histeria é uma patologia que acomete homens e
mulheres. Segundo a cartilha do Gardner, este adjetivo pejorativo, que faz
parte do pacote misógino devastação,
é o veículo para a desqualificação da mulher/mãe, travestindo o abuso sexual
intrafamiliar denunciado pela criança em falsa acusação de alienação parental,
absolutamente acreditada sem investigação nenhuma pelas Varas de Família.
O desespero de ser
obrigada pela justiça a entregar um filho/a pequeno, um vulnerável pela lei, a
um perverso manipulador, que seja abusador, agressor, negligente, irresponsável
tem sido interpretado como obstrução de convívio. Quem não teria preocupação, e não se desesperaria em entregar uma
criança de 04 anos, INDEFESO, a um pai alcoólatra, a um pai cocainômano, a um
pai abusador sexual?
10 – Infelizmente, Sra.
Deputada Maria Victória, hoje, temos o direito ao convívio, qualquer convívio
porque estes acima listados estão todos contemplados, esmagando e punindo o DEVER
DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA, que além da mãe, TODOS TEMOS COMPROMISSO.
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